A história da Faculdade de Engenharia Mecânica passa pela história da Unicamp, cuja origem se deuna campanha pela instalação de uma faculdade de Medicina em Campinas, deflagrada em 1946 pelo jornalista Luso Ventura, no Diário do Povo.
Essa campanha, que gerou muitos debates, durou quase duas décadas, levou à criação do Conselho de Entidades de Campinas em 1955, e à aprovação da criação da faculdade pelo governo do Estado em 1958, mas sem a oferta dos meios necessários para sua instalação.
A luta foi retomada em 1960, tendo o professor Cantídio de Moura Campos como diretor pró-tempore da faculdade e a adesão da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, na figura de seu presidente Roberto Franco do Amaral. O Conselho de Entidades, por sua vez, era liderado por Eduardo de Barros Pimentel, Ary de Arruda Veiga e Ruy Rodrigues.
A Universidade Estadual de Campinas foi então criada legalmente como entidade autárquica em 1962. Em 1963, começou a funcionar a Faculdade de Medicina, provisoriamente instalada nas dependências da Maternidade de Campinas. Moura Campos foi nomeado reitor da universidade, e o oftalmologista Antônio Augusto de Almeida, diretor da faculdade, que contratava como primeiro docente o professor Walter August Hadler. O primeiro vestibular, em abril de 63, teve 1.592 candidatos para 50 vagas.
No mesmo mês foi instalado o Conselho de Curadores da Universidade. Em agosto o governo nomeou reitor o professor Mário Degni, que tomou posse em outubro.
Em setembro de 1965, na gestão de Adhemar de Barros, criou-se por decreto a Comissão Organizadora da Universidade Estadual de Campinas, com a finalidade de continuar a implantação da Faculdade de Medicina e de estudar e planejar a instalação das demais unidades da universidade. A Comissão era presidida por Zeferino Vaz.
1966
Lançada em 5 outubro a pedra fundamental do campus da Unicamp, numa gleba de 30 alqueires doada por João Adhemar de Almeida Prado, a 12 quilômetros do centro de Campinas. O lançamento acontece um mês depois de Zeferino Vaz se reunir com empresários da região para definir o perfil dos cursos a serem implantados. O governo libera recursos para a construção dos primeiros edifícios e o Conselho Estadual de Educação autoriza a instalação e o funcionamento dos Institutos de Biologia, Matemática, Física e Química, das Faculdades de Engenharia, Tecnologia de Alimentos, Ciências e Enfermagem, e dos Colégios Técnicos. Em 22 de dezembro, através de decreto do governador Laudo Natel, Zeferino Vaz é nomeado reitor.
1967 a 1968
A Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), fundada em 1955, é incorporada. É constituido o Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) e o Instituto de Química (IQ), a Faculdade de Tecnologia de Alimentos (primeira da América Latina), o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e a Associação dos Servidores da Unicamp (Assuc), o Instituto de Biologia (IB) ocupando o primeiro prédio do campus! A Administração. Cria-se o Departamento de Planejamento Econômico e Social, que daria origem ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e mais tarde ao Instituto de Economia (IE), uma das principais escolas de pensamento econômico do país. Instala-se o Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação (IMECC) e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil).
1969
Foi nesse ano que a Faculdade de Engenharia Mecânica teve sua origem: Foi criada a Faculdade de Engenharia de Campinas (FEC), abrigando os departamentos de Engenharia Mecânica e Elétrica (e em 1975 o de Engenharia Química). Cria-se também o Centro de Computação. A Unicamp incorpora a Faculdade de Engenharia de Limeira (FEL), segunda unidade fora do campus de Campinas. Em decreto do governo de 30 de junho, são baixados os Estatutos da Unicamp.
1974 e 1975
O Programa de Mestrado em Engenharia Mecânica foi iniciado em 1974 e o de Doutorado em 1975. Os cursos de Pós-graduação visam a capacitação de pesquisadores, docentes e profissionais de nível superior. Dentre os cursos de pós-graduação destaca-se também a modalidade recentemente criada do Mestrado Profissional, visando a formação de recursos humanos ligados ao setor produtivo e utilizando para isso a mesma excelência de qualidade acadêmica de nosso corpo docente.
1976 a 1988
Ano a ano, a Unicamp segue crescendo com a criação de novos institutos e orgãos e firma-se como importante pólo de produção de pesquisas e de cultura e reúne grandes nomes no meio acadêmico. Entre eles, Cesar Lattes, André Tosello, Sérgio Porto, Gleb Wataghin, Vital Brasil, Marcelo Damy, José Ellis Ripper Filho, João Manuel Cardoso de Mello, Rogério Cerqueira Leite, Giuseppe Cilento e Benito Juarez, entre outros.
1989
Mais um ano marcado com expressivas mudanças na Unicamp, entre elas a instalação da Faculdade de Engenharia Mecânica. No ano de 1989, a Unicamp reequipa seus laboratórios. Adquire o computador IBM 3090, o primeiro a ser instalado numa universidade latino-americana, e inaugura em modernas instalações a Biblioteca Central, de onde são geridas 20 bibliotecas setoriais.
Instalam-se a Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) e a Faculdade de Engenharia Química (FEQ), como desmembramento da antiga Faculdade de Engenharia de Campinas (FEC). No HC, entram em funcionamento o Centro Cirúrgico e a Unidade de Terapia Intensiva, que estavam em local provisório. O campus tem ampliada consideravelmente sua área física, principalmente no conjunto de Engenharia Mecânica. As universidades estaduais paulistas (Unicamp, USP e Unesp) conquistam a autonomia institucional e financeira do governo do Estado. São entregues as 30 primeiras casas da Moradia Estudantil.
Nesse ano, a Faculdade de Engenharia Mecânica ocupou um novo espaço, maior que anterior, que é ocupado até até os dias de hoje. Trate-se de um conjunto de 10 blocos que compreendem uma área de 14.207 m2.
1989 a hoje
A Faculdade de Engenharia Mecânica prosseguiu em franco crescimento. Conta atualmente com quatro departamentos (haviam anteriormente sete departamentos, que foram fundidos em quatro), dois cursos de graduação, três coordenações de pós-graduação e uma escola de extensão/especialização.
Criou um novo curso noturno em 1998, o curso de Engenharia de Controle e Automação. Gradativamente aumentou consideravelmente o número de vagas dos cursos de Graduação das iniciais 40 vagas para 140 vagas no período diurno (curso de Engenharia Mecânica) e 50 vagas/ano no período noturno (curso de Engenharia de Controle e Automação).
Realizou diversas reformas em seus blocos. Ocupou outras áreas externas à planta inicial (Laboratório de Ferrovias, Laboratórios Didáticos). Incorporou o Labedin, que fazia parte do então extinto Centro de Tecnologia. Em 2014 inaugurou três novos prédios, os blocos L, M e N, também construídos fora da planta inicial.