MR640 - Conformação Plástica dos Metais

 

Atenção: Para a Primeira Prova estudem especificamente o material que foi apresentado nas aulas e disponibilizado no CD. As questões de nivelamento que vocês responderam serão úteis para a seqüência da disciplina.

 

Questões e Respostas dos Alunos

 

Q: (Laércio)

Na fórmula do grau de deformação, o ln de número entre 0 e 1 dá negativo e de numero > 1 dá positivo. Isto influencia a decisão de usar , na fórmula o valor inicial e final conevientemente para que o cociente da fração do logaritmo seja >1 ou devemos sempre seguir a convenção de deixar o valor inicial(área inicial, comprimento inicial, diâmetro inicial, etc) no denominador?

R: (Button) As deformações verdadeiras (epsilon) são negativas para processos em que ocorre diminuição de uma dada dimensão, ou positivo se essa dimensão aumenta.

Por exemplo, no recalque de cilindros a deformação é negativa pois a altura do cilindro diminui.

Já no estiramento a deformação é positiva pois o comprimento da peça aumenta.

Para fins de cálculo usaremos sempre o valor absoluto.

Se usássemos os valores relativos (negativos e absolutos) também teríamos tensões positivas (para processos trativos) e negativos (para processos compressivos).

 

 

Q: 1) Quais as principais células cristalinas que representam os materiais metálicos?

R: (André Thomé)

As principais células cristalinas que representam os materiais metálicos são as seguintes:

(CCC) cúbica de corpo centrado, (CFC) cúbica de face centrada e (HC) hexagonal compacta.

Na (CCC) existe um átomo em cada vértice de um cubo e um outro átomo no centro do mesmo, esta estrutura pode ser encontrada no tungstênio, tântalo, bário, nióbio, lítio, potássio, vanádio, cromo, etc...

A (CFC) caracteriza-se por exibir os mesmos átomos nos vértices encontrados nos outros dois arranjos cúbicos e mais 1 átomo em cada face do cubo.A estrutura cúbica de face centrada é a estrutura do alumínio, cálcio, níquel, cobre, prata, ouro, platina, chumbo, etc. neste caso existe um total de quatro átomos no interior da célula unitária,

A (HC) estrutura hexagonal compacta é formada por dois hexágonos sobrepostos e um plano intermediário de 3 átomos. Nos hexágonos, novamente, existem 6 átomos nos vértices e um outro no centro. A estrutura HC pode ser observada no berílio, berquélio, magnésio, cádmio, cobalto, etc. O número de átomos que efetivamente encontram-se dentro de uma célula unitária HC é igual a 6.

 

Q:  2) Como e por quê as estruturas cristalinas são formadas?

R: (Clodoaldo)

As estruturas cristalinas são formadas a partir do arranjo ordenado dos átomos de um ou mais elementos, geralmente metálicos, unidos pelas forças de ligação dos átomos. A distância entre os átomos na estrutura é dada pelo equilíbrio da força de atração (covalente, metálica ou iônica) e da força de repulsão (proximidade acentuada dos elétrons livres). Apesar do ordenamento da estrutura ser repetitivo, em determinadas regiões ocorrem falhas ou vazios, o que permite a movimentação da estrutura quando submetido a forças externas. Assim as propriedades dos materiais dependem da força de ligação dos átomos e também da quantidade de falhas ou vazios na estrutura cristalina.

 

Q: 3) Defina alotropia e cite alguns exemplos associando-os à deformação plástica.

R: (Luis)

Alotropia consiste na alteração da estrutura cristalina devido a variações da temperatura e da pressão. Exemplo de materiais: Ferro, Titânio e Carbono (grafite e diamante).

Associando-se alotropia à deformação plástica podemos citar dois processos de conformação que podem ocorrer dependendo do material utilizado: forjamento e na laminação a quente. Portanto nestes processos deve-se controlar a temperatura para não ocorrer mudança de estrutura cristalina em uma parte da peça enquanto o restante mantém com a estrutura cristalina inicial.

 

ALOTROPIA DO FERRO (Figura 1)

  • Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura CCC, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å.
  • A 910°C, o Ferro passa para estrutura CFC, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å.
  • A 1394°C o ferro passa novamente para CCC.

 

Figura 1 (Fonte: ESTRUTURA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS - ESTRUTURA CRISTALINA

Prof. Rubens Caram – UNICAMP)

 


ALOTROPIA DO TITÂNIO (Figura 2)

O titânio é um material que possui baixa densidade, boa resistência mecânica, alta resistência à fadiga e à corrosão, porém sua transformação alotrópica altera seu comportamento mecânico, portanto necessita-se adicionar elementos de liga no titânio, dessa maneira os elementos de liga podem mudar a estabilidade das estruturas cristalinas.

 

Figura 2 (Fonte: ESTRUTURA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS - ESTRUTURA CRISTALINA

Prof. Rubens Caram – UNICAMP)

 

Um exemplo de liga de titânio com as características citadas acima é Ti-6AL-4V (figura 3), definida como tipo α+β, boa conformabilidade mecânica, elevada resistência à fadiga e excelente resistência à corrosão. Esta liga possui estrutura cristalina CCC, estabilizada pela presença do vanádio (V), utilizada na fabricação de palheta para hélice de avião, onde o processo de fabricação é caro e específico, devido ao mesmo ser isotérmico, ou seja, não há variação de temperatura, necessitando manter a temperatura em 915ºC.

 

Figura 3 (Fonte: ESTRUTURA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS - ESTRUTURA CRISTALINA

Prof. Rubens Caram – UNICAMP)

 

 

 

 

 

 

Q: 4) Liste alguns metais e suas estruturas cristalinas. Tente associar suas propriedades físicas e mecânicas com as respectivas estruturas.

 

Metal:                            Estrutura Cristalina

 

Alumínio                                  CFC

Berílio                            HC

Cromo                                     CCC

Cobalto                                   HC

Ouro                                        CFC

Ferro                                       CCC

Chumbo                                  CFC

Magnésio                                 HC

Níquel                                      CFC

Prata                                       CFC

 

Propriedades físicas e mecânicas de alguns metais:

 

O alumínio:

 

Propriedades Mecânicas:

 

puro é um metal de cor branca prateada, leve, não magnético e não produtor de centelhas. É um dos metais mais maleáveis e dúcteis. Bom condutor de calor.
No estado puro, é mole e pouco resistente mas suas propriedades mecânicas são significativamente melhoradas se ligado com pequenas proporções de cobre, magnésio, manganês, silício ou outros elementos.

O alumínio é um metal leve, macio porém resistente, de aspecto cinza prateado; e fosco, devido à fina camada de oxidação que se forma rapidamente quando exposto ao ar. O alumínio não é tóxico (como metal), não-magnético, e não cria faíscas quando exposto à atrito. O alumínio puro possui tensão de cerca de 19 megapascais (MPa) e 400 MPa se inserido dentro de uma liga. Sua densidade é aproximadamente de um terço do aço ou cobre. É muito maleável, muito dúctil e apto para a mecanização e para a fundição, além de ter uma excelente resistência à corrosão e durabilidade devido à camada protetora de óxido. É o segundo metal mais maleável (o primeiro é o ouro) e o sexto mais dúctil. Por ser um bom condutor de calor, é muito utilizado em panelas de cozinha.

 

Propriedades físicas

Estado da matéria

Sólido

Ponto de fusão

933,473 K (660,323 °C)

Ponto de ebulição

2792 K (2519 °C)

Entalpia de vaporização

293,4 kJ/mol

Entalpia de fusão

10,79 kJ/mol

Pressão de vapor

2,42x10-6 Pa a 577 K

Velocidade do som

5100 m/s a 933 K

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ferro:

 

Propriedades Mecânicas:

 

Um metal maleável, tenaz, de coloração cinza prateado apresentando propriedades magnéticas; é ferromagnético a temperatura ambiente, assim como o Níquel e o Cobalto.

 

Propriedades físicas

Estado da matéria

sólido , (ferromagnético)

Ponto de fusão

1811 K (1538 °C)

Ponto de ebulição

3134 K (2861 °C)

Volume molar

7,09 ×10-6 m3/mol

Entalpia de vaporização

349,6 kJ/mol

Entalpia de fusão

13,8 kJ/mol

Pressão de vapor

7,05 Pa A 1808 K

Velocidade do som

4910 m/s at 293,15 K

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Magnésio

Propriedades Mecânicas:

O magnésio é um metal bastante resistente e leve, aproximadamente 30% menos denso que o alumínio. Possui coloração prateada, perdendo seu brilho quando exposto ao ar, por formar óxido de magnésio. Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo uma chama branca. Reage com a água somente se esta estiver em ebulição, formando hidróxido de magnésio e liberando hidrogênio.

Propriedades físicas

Estado da matéria

sólido (paramagnético)

Ponto de fusão

923 K (650 °C)

Ponto de ebulição

1363 K (1090 °C)

Entalpia de vaporização

127,4 kJ/mol

Entalpia de fusão

8,954 kJ/mol

Pressão de vapor

361 Pa a 923 K

Velocidade do som

4602 m/s a 293,15 K

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Níquel

Propriedades Mecânicas:

É um metal de transição de coloração branco-prateada, condutor de eletricidade e calor, dúctil e maleável porém não pode ser laminado, polido ou forjado facilmente, apresentando certo caráter ferromagnético. É encontrado em diversos minerais, em meteoritos (formando liga metálica com o ferro ) e, em princípio, existe níquel no núcleo da Terra.

É resistente a corrosão , e só pode ser utilizado como revestimento por eletrodeposição. O metal e algumas de suas ligas metálicas, como o metal Monel, são utilizados para manejar o flúor e alguns fluoretos porque reage com dificuldade com estas substâncias.

Seu estado de oxidação mais comum é +2 , podendo apresentar outros. Se tem observado estados de oxidação 0, +1 e +3 em complexos, porém são muito pouco característicos.

Propriedades físicas

Estado da matéria

sólido (ferromagnetico)

Ponto de fusão

1728 K (1455 °C)

Ponto de ebulição

3186 K (2913 °C)

Volume molar

6,59 ×10-6 m3/mol

Entalpia de vaporização

370,46 kJ/mol

Entalpia de fusão

17,472 kJ/mol

Pressão de vapor

237 Pa a 1726 K

Velocidade do som

4970 m/s a 293,15 K

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Q: 5) - Defina as estruturas cristalinas compactas e relacione-as com sua maior facilidade de deformação plástica.

R: (Marcos)

Estruturas cristalinas compactas são originadas de materias solidos onde os atomos se encontram ordenados sobre longas distancias atomicas, onde não existem restrições sobre a quantidade e posições dos vizinhos mais próximos.

Desta forma possui um número grande de vizinhos e alto empacotamento atômico, 03 estruturas cristalinas relativamente simples são encontradas para a maioria dos metais mais comuns,  são elas: Cubicas de Face centrada, Cúbica de Corpo Centrado e Hexagonal Compacta.

 

Cubica de Face Centrada (CFC):  Possui celula unitária com geometria cubica , com os atomos localizados  em cada um dos vertices e nos centros de todas as faces do cubo, o numero de coordenação corresponde  ao numero de atomos vizinhos mais próximo, o número de coordenação é 12.

Cubica de Corpo Centrado (CCC): Possui celula unitária Cubica com atomos localizados em todos os 08 vertices e um único atomo localizado no centro do cubo, o numero de coordenação corresponde ao numero de atomos vizinhos mais próximo, o numero de coordenação é 8.

Hexagonal Compacta (HC): os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é mto baixo, porém cristais com mais de um tipo de átomo cristalizam neste sistema.  Cada atomo de uma dada camada esta diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados pelas camadas adjacentes, cada atomo tangencia 3 atomos da camada de cima , 06 atomos no seu proprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano, o número de coordenação é 12.

 

A deformação dos metais envolve deslizamento de  atomos, escorregando uns sobre os outros no cristal,  o deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções especificos do cristal.

 

No caso do CCC a direção <111> é de maior empacotamento, no CFC a direção <110> é de maior empacotamento e no HC o fator de empacotamento é mto baixo.

 

Q: 6) Estude o método dos índices de Miller para representar os planos e direções cristalográficas.

R: (Laércio)

Os índices de Miller nada mais são representações numéricas que descrevem a posição relativa entre as faces de um cristal, no nosso caso, cristal metálico. Seja a estrutura do paralelepípedo cristalino um dos 7 combinações possíveis para a formação do sistema; cúbico (de corpo centrado – CCC, de face centrada CFC), tetragonal, hexagonal compacto, ortorrômbico, romboédrico, monoclínico e triclínico e seja o tamanho qual for, os índices descreverão com perfeição a orientação d e planos delas, cruzando um sistema de coordenadas x, y, z.

            Os planos atômicos do retículo convencionam-se serem chamados de  (001), (100), (010) no caso de um cubo de faces valendo 1 localizado no primeiro octaedro. O indice de Miller será (hkl) sendo que h, k, e l, são um número obtido pelo inverso de cada uma das instercepções, máximas de um plano que passem pelo 1 do x, 1 do y e 1 do z.

            Se um índice é zero, significa que a orientação do plano é paralela ao eixo correspondente ao índice (posição x, y ou z). Quanto mais próximo de zero o índice, mais próximo de ser paralelo o plano é , quanto maior o índice mais próximo de ser perpendicular ao eixo correspondente o plano é.

 

As duas figuras a seguir extraídas de  http://www.ige.un

icamp.br/site/aulas/120/planos+indices.ppt#259,4,Slide 4 e 5 esclarecem o método de obtenção do índice.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Q: 7) Apresente os índices de Miller para alguns planos e direções das estruturas CFC e

HC.

R: (Marco)

 

Q: 8) Como se dá a deformação plástica do reticulado cristalino?

R: (Marcelo)

 

Q: 9) Quais os principais defeitos que surgem nas estruturas cristalinas?

 

Resposta [Bruno]:

Todos os materiais cristalinos apresentam algum tipo de defeito ou imperfeição que podem ser divididos em 3 classes:

  • Imperfeições de ponto
    • Lacunas - O defeito pontual mais simples é a lacuna (do inglês: vacancy), ou seja, a ausência de um átomo em uma posição atômica originalmente ocupada por um átomo.
    • Auto-intersticial - É um átomo do cristal posicionado em um sítio intersticial, que em circunstâncias normais estaria vago. Basicamente trata-se de um átomo alojado em um local “não apropriado” dentro da estrutura cristalina.

    • Impurezas – Trata-se basicamente de Átomos estranhos (impurezas ou elementos de liga) sempre estarão dispersos na estrutura cristalina. As impurezas encontradas na estrutura cristalina podem ser divididos em 2 grupos:
      • Substitucionais - Na qual os átomos de soluto estão alocados em posições atômicas originalmente pertencentes ao átomo de solvente.
      • Intersticiais - Na qual os átomos de soluto estão posicionados nos interstícios das células cristalinas do solvente.

 

 

 

  • Imperfeições de linha - Discordâncias entre os planos de átomos em relação aos planos paralelos adjacentes que podem ser divididos em 3 grupos:
    • Discordância em cunha – Entende-se como um plano extra de átomos no reticulado que provoca uma imperfeição linear

 

 

    • Discordância em hélice – Pode ser definida como resultado de uma tensão de cisalhamento

 

 

 

    • Discordâncias mistasTrata-se de uma combinação de discordâncias em cunha e em hélice

 

 

 

  • Imperfeições de superfície – Os defeitos superficiais são defeitos bidimensionais ou interfaciais que compreendem regiões do material com diferentes estruturas cristalinas e/ou diferentes orientações cristalográficas. Estes defeitos podem ser divididos nos seguintes grupos:
    • Superfície externa - Átomos da superfície apresentam ligações químicas insatisfeitas e em virtude disto, estão em um estado de energia mais elevado que os átomos do núcleo (com maior n° de coordenação). As ligações insatisfeitas dos átomos da superfície dão origem a uma energia de superfície ou energia interfacial (J/). A redução desta energia adicional (tudo tende a menor energia) é obtida pela redução da área superficial. No caso de gotas de líquido estas tendem a assumir a forma esférica (maior volume com a menor área exposta)
    • Contornos de fase - Os contornos de fase são as fronteiras que separam fases com estruturas cristalinas e composições distintas.

 

 

o       Contornos de grão - São superfícies que separam dois grãos ou cristais com diferentes orientações.

 

 

o       Contorno de macla - Podemos considerar as maclas como um tipo especial de contorno de grão no qual existe uma simetria especular, ou seja, os átomos de um lado do contorno estão localizados em uma posição que é a posição refletida do outro lado.

Q:10) Diferencie as duas possibilidades para a solução sólida em ligas metálicas.

 

Solução sólida intersticial geralmente ocorre quando os átomos de soluto apresentam dimensões menores que os átomos de solvente.

Na solução sólida intersticial os átomos de soluto se localizam nos interstícios existentes entre átomos maiores (solvente)

Exemplo clássico: Fe-C

Solução sólida substitucional ocorre quando os átomos do soluto substituem as posições atômicas ocupadas pelos átomos do metal solvente

Para a formação de uma solução sólida substitucional é necessário que os componentes (solvente e soluto) apresentem:

  • dimensões atômicas similares (diferença de ~15% máx.)
  • estruturas eletrônicas semelhantes (eletronegatividade e valência)
  • mesma estrutura cristalina (CCC, CFC ou HC ).

 

 

Q: 11) O que são os defeitos de falha de empilhamento e como surgem?

R: (Renato)

As falhas de empilhamento ocorrem quando uma seqüência no empilhamento de planos é alterada, como resultado da deformação plástica ou de tratamento térmico. Na estrutura CFC, a seqüência de empilhamento é do tipo ABCABCABC. Quando uma falha de empilhamento ocorre, tal seqüência pode ser quebrada, ocorrendo um empilhamento do tipo ABCABABC em apenas uma região do cristal.

Defeitos de empilhamento (“stacking faults” em Inglês) referem-se ao crescimento de um plano extra dentro do cristal. Este erro pode ser formado durante o crescimento do cristal ou mesmo durante o processamento posterior do mesmo, onde um excesso de auto-intersticiais pode agrupar-se de forma gradual e ordenada, para crescer um plano extra. A falha de empilhamento pode ser do tipo extrínseco, quando temos um plano extra, ou do tipo intrínseco, quando falta um pedaço de plano.

 

                                

 

               1) Tipo intrínseco                                                        2) Tipo extrínseco

 

Q:12)

R: (Valmir)

A presença de grãos cristalinos num material metálico se observa nas estruturas em que os átomos estão situados de acordo com uma matriz que se repete, ou que é perióudica, ao longo de grandes distancias atômicas, isto é, existe ordem de longo alcance, tal que, quando ocorre um processo de solidificação, os átomos se posicionam de acordo com um padrão tridimensional repetitivo, onde cada átomo esta ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos.

 

Q 13) Defina anisotropia e associe-a à estrutura cristalina e à presença de grãos

cristalinos.

R: (Daniel)

Anisotropia: as propriedades físicas de monocristais de algumas substâncias dependem da direção cristalográfica na qual as medições sejam feitas.Por exemplo, o módulo elástico, a condutividade elétrica. Esta direcionalidade das propriedades é denominada anisotropia e está associada com a variância do espaçamento atômico ou iônico com a direção cristalográfica. A extensão e magnitude dos efeitos anisotrópicos em materiais cristalinos são funções da simetria da estrutura cristalina, o grau de anisotropia aumenta com o decréscimo da simetria estrutural.  

 

Q: 14) O que são as discordâncias, como surgem e qual seu papel na deformação plástica?

R: (Francioni)

Uma discordância é um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos átomos estão desalinhados.

Surgem durante o processo de solidificação dos metais, durante a deformação plástica e como conseqüência das tensões térmicas que resultam de um resfriamento rápido.

É através do movimento das discordâncias, também chamado de escorregamento, que surge a deformação permanente como resposta a aplicação de uma tensão de cisalhamento no material.

 

Q: 15) Associe a possibilidade ou não de movimento das discordâncias com os conceitos de deformação e encruamento.

 

R: (José Salis)

Sabe-se que a movimentação de uma discordância através de um cristal terá como conseqüência direta a deformação plástica do cristal em questão, deformação esta, a qual este cristal será sujeitado em uma magnitude igual a uma distância inter-atômica. Desta forma a deformação plástica esta diretamente relacionada à presença de discordâncias e assim como a possibilidade de suas respectivas movimentações.

No entanto os cristais podem não conter originalmente uma quantidade mínima de discordâncias capaz de resultar em deformações quando o mesmo for solicitado, ou seja, estiver sujeito a esforços mecânicos. Podemos então afirmar que existe a possibilidade de formação ou mesmo do aumento desta quantidade de discordâncias inicias durante o referido processo de solicitação mecânica, ou seja, durante a deformação.

Pode-se afirmar também que não existe uma relação de dependência única e exclusiva entre a tensão crítica responsável pela deformação plástica e a geração das discordâncias ou mesmo movimentação das discordâncias, tendo em vista que esta deformação depende também das forças opostas à movimentação pela presença de outros defeitos cristalinos e pela interação das discordâncias entre si. 

É importante que seja destacado o fato de que durante o progresso do processo de deformação, o número de discordâncias é multiplicado aumentando desta forma a densidade de discordâncias do cristal exigindo um aumento da tensão contínuo, para que seja assegurada a continuidade da deformação citada e a este processo damos o nome de encruamento.